Thursday, February 16, 2006

o episodio do assalto contei
agora foi outro
a urucubaca tah foda!
no dia seguinte ao assalto fui ao banco sacar dindin
a noite embarquie num balaio que quebrou as 3/30 hda manha no meio do nada
mais da metade dos passageiros foi embarcando em outros onibus
eu e mais 15 esperamos ate as 5/30 da manha ate chegar outro carro
as 9, quando estavamos quase chegando na fronteira com o Brasil, fomos todos revistados por uma blitz da guarda nacional
ate ai tudo bem, so que... encontraram uma sacola sem dono...
abrindo a sacola, comecaram a aparecer sandalias embrulhadas, porta'cds... uma bagulhada danada
enfim, achando tudo isso muuuuito suspeito, um dos guardinhas enfiou uma faca na sandalia e... saiu um pozinho branco pra tudo quanto eh lado
ou seja... todo mundo pra interrogatorio!
nao imaginao que seja passar mais de 30h sem poder sair de um recinto... com guardas armados te observando... sem saber o que vai acontecer em seguida... se o culpado esta entre nos... enfim, terrorismo danado!
depois de interrogatorios e depoimentos sem fim... finalmente se encontrou o culpado! sabe como identificaram ele(interr.)
ele portava a chave que abria o cadeado da bolsa!
mane demais! ele e a mulher portavam a chave
e foi uma apreensao de mais de 10kg de cocaina!!!
coisa seria mesmo!
nao eh coisa de alguns gramas e tal
eh coisa pra caramba!
foi foda, viu
meu tempo esta super escasso e acabei perdendo de bobeira dois dias com o onibus errado em que embarquei!
a vida eh feita de escolhas, isso eh certo... mas nem sempre sabemos ao certo o teor das escolhas que fazemos
isso eh foda!
devia ter pegado o outro onibus...
mas fiquei conversando com um botanico suisso que pegou o mesmo onibus 5km antes do bloqueio (esse eh azarao)!
ele me falou de um filme cubano que ele tinha assistido, em que as pessoas ficavam esperando o onibus chegar no terminal. soh que esse onibus nunca chegava, e eles comecaram a fazer diversas coisas para passar o tempo.
no nosso caso, disse, eh o contrario
nunca conseguimos sair deste onibus!
mas serio. ficamos trancafiados no maldito onibus por mais de 27h!
terrivel.
mas sigo feliz
acho...
a urucubaca tah foda
disso eu sei
mas amanha finalmente irei ao monte roraima.
mais um brasileiro, um americano, um guia e um carregador.
faremos a caminhada, normalmente de 6 dias, em 5.
isso pq tenho que ir a Manaus pra pegar o voo do dia 21.
super corrido mas...
eh isso que dah nao programar direito.
mas o fdp da coca foi preso
isso eh que importa
apesar de me fazer perder 2 dias
coisas da vida..

Monday, February 13, 2006

Nunca havia sido asaltado a mao armada no Brasil. O maximo que ja me ocorreu foi levar uma pedrada nas costas, de um moleque do outro lado da rua. Ontem foi o dia mais errado deste ano. Nem deveria ter ficado dormindo, de tao errado que foi. Ciudad Bolivar eh uma cidadezinha razoavelmente grande. Bonita, charmosa, as margens do Rio Orinoco. So que eh um deserto depois das 9 da noite. E no domingo, praticamente nao ha manifestaçao de vida ou sinal de inteligencia razoavel pelas ruas. Eis que o cara mais inteligente de todos, no domingo a noite, as 22h, sai sozinho a andar pela cidade. No centro nevralgico da vida obscura da cidade, de banco em banco... tentando retirar dinheiro. Boa coisa nao iria resultar disso, claro. Fui abordado por um cara, que logo tratou de levantar a camisa e mostrar a semi-automatica bicolor (preto e prata) que portava. Pensei comigo: sera que ele vai querer minhas botas tb? Ai nao rola! Pres¡ciso subir o Roraima!! Enfim, passei meus 5000 bolivares pra ele. Tipo 5 reais, ou seja, toda a grana que eu tinha comigo. Ele ficou puto da vida, claro, mas o que eu podia fazer? Errado estava ele! Deveria ter me assaltado de tarde, quando tentava comprar uns CDs piratas do Daddy Yankee! Bom, depois deste episodio, claro, sai correndo umas cinco quadras e... o garoto super esperto aqui nao resistiu de entrar em outro banco para tentar sacar dinheiro. Nao consegui sacar, e na saida... encontro com o cara de novo. Ate tentei cumprimenta-lo, mas ele logo foi querendo saber se eu estava com dinheiro e tal. Disse que nao e, amistosamente, ele me convidou a acompanha-lo ate outro terminal eletronico. Claro! Sai correndo de novo, com as minhas super botas para neve. Pedi auxilio a 3 policiais que estavam tomando cerveja no bar e fui escoltado de volta a agencia de turismo. Recebi um sermao dos policiais, como se nao bastasse, e fui lavar minhas roupas no tanque "tchaka-tchaka". Estendi as roupas, liguei o MSN e conversei ate altas horas da manha com a minha "personal terapeuta"... (brincadeirinha, viu?) Enfim, no final das contas fiquei sem comer nada o dia todo. Sorte que tinha uma barrinha de cereais que veio por engano na minha mochila. Reminiscencia de outras andanças. Mas sigo feliz. Apesar dos pesares. Sei que tenho que sair daqui, mas tambem sei que as coisas nao acontecem ao acaso. Fico mais um dia e hoje a noite sigo para Santa Elena de Uairen. Amanha, nova cidade, novos destinos, novos projetos. Tenho que ir.

Saturday, February 11, 2006

Coco pelado? Perguntou a moça. Pelo espelho via que ela quase nao via... Olhava para outro canto para cortar meu cabelo. Nao tinha certeza se eu tinha certeza do que estava pedindo. Enfim. Agora esta tudo mais leve. Menos cabelo. Cairam todos. Rito de passagem, talvez. Sempre necessario. Como exuvia. Para crescer. Outro nivel talvez. Nao ha muitas regras. Apenas faça-o. Quando e se necessario. Mesmo que nao se saiba, ao certo. Mas esta mais leve. Sinto mais frio, claro. Mas faz parte do processo. Comprei uma rede hoje. E mosquiteiro tambem. Traumatizei um pouco com a noite passada. Dormi em rede, enrolado em cobertas. Os mosquitos nao deram sossego. Mas o mosquiteiro ha de me proteger. Assim como o bracelete (Peonia) que comprei dos indios Pemon para uma colega. Serve para proteger. Qualquer feitiço ou mau pensamento ira romper a pulseira. Deixando quem a usa protegida. Muitas crenças. Enfim, eh como o mundo funciona. Baseado em crenças. Acredito que esta viagem tenha um fim. Fim de finalidade. Que seja um grande começo, entao. Parto amanha para o Roraima. No fundo no fundo eu ja sabia. Que teria de faze-lo sozinho. Alivio, talvez. O dia do retorno se aproxima. Apesar de nao ser bem um retorno. Chegada, seria melhor. Ha muito mais coisa rolando pelo mundo do que podemos imaginar. Ontem passei boa parte do dia no aeroporto de Canaima. Impressiona o movimento, no meio do nada. Irao construir ate um aeroporto internacional ali. Hoteis com diarias de 500.000 bolivares. Enquanto a gasolina custa 0,07 bolivar. Cerca de 7 centavos de real... o litro! Mais barato que agua, literalmente. Tentarei seguir meu caminho por aqui. Gostaria de pegar a lua cheia. No topo do Roraima. Nao sei. Quero conhecer a triplice divisa tambem. Apesar de sozinho. Desta vez. Tenho mais dois filmes apenas. Um colorido, e outro p&b. Meus cromos acabaram. Nao sei se consigo comprar mais por aqui. Nao ha lojas de filmes! O mundo se digitalizou. As cores se tornaram binarias. 0 e 1. Sequencias de zeros e uns. Prefiro os pigmentos. Sensibiliza melhor o olhar. Alias, uma das coisas que mais tenho tara. O olhar, segundo minha amiga. Nao tenho culpa se gosto de transparencia. Nitidez. Exatidao. Sigo olhando. Alias, faz umas tres noites ja que acordo dando gargalhadas. Muito engraçados os sonhos meus. Nao me lembro, claro, mas sigo sorrindo tambem. Agora de noite comi um espeto com salada. Sentei num banco, as margens do Orinoco. Momentos. A vida e feita de momentos como estes. Nas margens do Orinoco. Do Sao Francisco. Do Nilo. Do Amazonas. Passam-se as aguas. Mas as lembranças permanecem. Conservadas in vitro. Transparentes. Enfim. Arrumarei a mochila. O dia sera longo amanha.

Friday, February 10, 2006





E o teco-teco balanca! Pra la e pra ca! Mas a satisfacao do piloto eh comovente! A da Irlandesa ao meu lado... bem... saiu do aviao e foi vomitar!



Os anjos tem guardiaes tambem. Sao quatro ao todo. Avistam de longe a grande queda. Muito alta. So digo isso.

Tuesday, February 07, 2006

E o bumba sacode! Pra la e pra ca. 12h de viagem continua. Nem para pra almoco. Nem nada. 12 h catando gente. Nunca vi onibus tao velho e tao limpo. As pessoas jogam tudo pela janela. Garrafas, sacolas, jornais. Folha por folha! O motorista fica no mesmo tablado que os passageiros. a cadeira e diferente, claro. E tambem ha algo parecendo um volante e uma marcha ao lado. Brotando do tablado de madeira. O chao e de madeira. Da para ver o eixo, o chao, as folhas de jornal pelas frestas. Entra muito vento. Faltou a Sandra Bullock dirigindo mas... enfim. cheguei inteiro ao destino. Ha muitos carros velhos circulando na Venezuela. Muscle Cars... mas do tipo Sr. Impossivel. Meio que fora de forma e tal. Mas continuam rodadndo. Custam 2 mil dolares, aproximadamente. Ate gostaria de ter um desses. Ha um certo charme. Sao todos eles quadrados. Os carros. Os motoristas. A bunda. Depois de 12h de viagem depois de 15h de outra viagem. A distancia e grande.

Fui acordado de manha, em Coro. A cidade e tombada pela Unesco como partimonio da humanidade. Pareceu-me interessante e resolvi partir para la. Junto com Raquel e Roberta. No terceiro dia, pela manha aparece uma cabeca em meu quarto. Hayato? E ai, guri! Vao tomar uma ceva... Eis que 6 anos depois nos reencontramos. Venezuela. Partimos para a Colombia no dia seguinte. Ou foi no mesmo dia? Nao lembro. Lembro do prato que pedimos. Ja em Santa Marta. Depois de uma sopa de camaroes.
Nada mal, diga-se. No dia seguinte partimos para a Ciudad Perdida. Nao ha muitas fotos de la. Nem na unica agencia (autorizado pelos traficantes e para-militares) nem em lugar algum. Enfim... Mas valeu a pena. Ate tirei fotos com o exercito, no meio da selva.
No regresso... praia. Seria para descansar. Mas a caminhada foi longa. Nao ha mais joelhos. Minha bota para neve se abriu. Caminhei de Havaianas mesmo. Sempre pensei que fosse com W. Enfim... Levei minhas nadadeiras, mascara e snorkel. Valeu a pena. Apesar do peso da mochila.Deixar pegadas na areia. Nunca foram tao profundas.



O blog eh feito para os amigos somente. Para aqueles que receberam o convite. Enfim, pessoas que considero muito. Muitas coisas aconteceram nestes dias. Fui parar na Colombia, caminhei 6 dias no meio da selva para chegar a um dos mais fabulosos tesouros arqueologicos do pais. Ciudad Perdida... hoje ainda perdida, no meio da selva. Apenas 2 decadas se passam desde que fora liberada para visitacao. Perto do Mar do Caribe. Fabuloso. Verde, azul, transparente. Parque Tayrona, resumindo. Adorei a Colombia. Otimas lembrancas. Para uma vida toda. Seja longa ou nao. Mas para uma vida toda. Cheguei a conclusao de que o mundo e meio que redondo nas bordas. E por isso as pessoas se encontram. Algumas com certa frequencia. Outras nem tanto. Mas acabam se encontrando. Mais dia, menos dia. E isso e bom. Algumas coisas tem mudado nestes dias. O tempo. A percepcao do tempo. As preocupacoes. A forma como se as encara. Cada coisa. A cada momento. Precisava disso, afinal. Vi uma tarataruga marinha. Quase saltando para fora do mar. Para respirar. Perto da encosta. Onde as ondas quebram. Parecem nervosas. Mas nao para a tartaruga. Que apenas respira. Para mergulhar mais fundo. Uma amiga viajou sozinha. Esses dias. Merecido descanso, depois de tanto esforco. Um ano de esforco. dez anos de experiencia. Nao ha como medir, ao certo. Mas o importante e pausar. A vida necessita de pausas, como dizia um cartaz. Mas continuo a odiar o Amo Muito Tudo Isso. Do Mcdonald`s. Odeio isso. A vida pode ser bem simples. Quando se quer. Conheci um pescador em Tayrona. Ha dois anos mora num camping. Pescando, cozinhando, trocando favores. Sozinho, alegrava-se com a vinda de sua namorada dai alguns dias. Conheci um casal de brasileiros de curitiba. Chegaram a Venezuela de carona. Gastaram 60 reais em oito dias. Mas poderia ser 15, segundo eles. A vida pode ser bastante simples. Nao fosse o tempo. Cronometrado. Marcado. Prepotente. Ma adoro stress. As boas coisas da vida tem valor porque ha o oposto. Enfim. Continuo correndo. De uma rodoviaria a outra. De taxi em taxi. Caminhando carregando quase 30 kg nas costas. Nao e bem descanso. Encaro comojornada visual. Olfativa. Sobretudo sonora. Sons, cores e cheiros. Nisso a Colombia supera a Venezuela. Certamente. Mas sigo feliz. Estou sozinho hoje. Em Ciudad Bolivar. Amanha parto para Canaima. Conhecer o Angel Falls.

Tuesday, January 24, 2006


Meu assento veio vago partindo de Manaus. No primeiro ponto um venezuelano sentou-se. Depois uma alema, que mora em Boa Vista. Pessoas interessantes. Conversamos ate a fronteira. Em Santa Elena de Uáiren o ônibus quebra. Uma hora sem saber o que fazer. Todos foram almocar. O prato? Pollo! Na rodoviária tivemos que cambiar de ônibus. A mesma moça era a cobradora, vendedora de bilhetes, administradora... só faltava dirigir também. O que nao seria uma surpresa. O balaio? Uma zona total. Musiquinha caribenha (estilo Reggaeton) o tempo todo! Queira ou nao. Nao há muita alternativa. Várias barreiras militares pelo país. Até Caracas, destino distante 40h de Manaus. De uma rodoviária para a outra (La Bandera) e daí para Maracay e daí para Tucacas, onde passa-se a noite. 5 num quarto. Tinha ar condicionado pelo menos. Dia seguinte: Cayo Sombrero. Praiazinha no Caribe. Sem muita especificidade. ASpenas uma praia. Areia, Mar, Coqueiros. E a vida continua...

Thursday, January 19, 2006


Dia 3 de Manaus. Tempo nublado... chuvas esparsas. Esqueci de falar do Tacacá. Perguntei pra mulher, na rua, o que era isso. Ela abriu as panelas e disse: Tucupi, mais Goma, mais camarão, mais folha de... esqueci o nome. O esqueci é meu. Ela falou, mas não lembro. O gosto é meio que de taioba e tal. E vc recebe uma cumbuca pra tomar a sopa e um pedaço de espeto pra fincar os camarões e comer. Super massa! Só que é quente pacas. Pela pimenta e pelo calor que faz Manaus. Daí minha preocupação de acordar no hospital. Não é fácil. Hoje caminhei pelo centro, à procura de coisinhas pra comprar. E... acertou! Calcinhas e mais calcinhas! Entrei numa lojinha de discos. Comprei um importado, do Pará. 45 grandes sucessos da música brega! Fabulosíssimo! Parto hj (eu e as 4) pra Caracas. 40h de viagem. Vai dar tempo de decorar todas as canções! Vai ser bonita a viagem! Inesquecível aos ouvidos. Dizem que entrando na Venezuela o ônibus não para mais. Vai direto a Caracas. Tenho que comprar o frango e a farofa ainda. Quem sabe consigo uma grana promovendo um karaoke... Ah, sim. Tomei um suco de guaraná com açaí. Sabor de terra. Não curti muito aquela beterraba líquida. Sei lá. Devo sofrer as conseqüências dentro do ônibus...


Dia 2 de Manaus. Aqui vc molha de qualquer jeito. Se não pelo suor, pela chuva constante. Hoje amanheceu chovendo e foi assim o dia todo. Saí de meu super-hotel Titanic lá pelas 11. O hotel tem vários andares, sendo os mais altos, com janela, mais caros. Encontro-me na casa de máquinas... Até a cozinha fica acima de mim. Há uma escada metálica que interliga os andares e tal. Super Titanic... ou meio que estilo OZ. Tanto faz. É masomenos, de qualquer forma. Sobrevivi ao meu primeiro TACACÁ de ontem. Alívio ter acordado vivo e respirando! Não faz idéia! Recebi um telefonema. Meu celular agora é Amazônia Celular. Doido! Fechei a conta no hotel-cárcere-barco e fui lá, carregando minha mudança ambulante pra encontrar com Virgínia e Larissa no Shopping Amazonas. Estilo Minas Shopping... Ah, sim. Agora entendi. Por isso que é igual... Nome de estado... Shoppings padronizados... Ah, sim. Reolvemos algumas coisas. Principalmente mudanças de planos para antes e depois do Forum Social. O programa agora? Praia! Primeiro para Oeste e depois para Leste de Caracas. São 4 contra 1. Mas não me importo. Afinal, praia é tudo a mesma coisa. Água, areia, sol... Quero montanhas, mas será só daqui a um mês. Tudo bem, faço esse sacrifício então. Ainda não encontrei as lojas de eletrônicos. Somente calcinhas multicoloridas. Que diversão!